A intubação traqueal é um procedimento comum em Unidades de Tratamento Intensivo. Por isso, é utilizada há muito tempo em casos de insuficiência respiratória.
Dessa maneira, torna-se muito importante para preservar a respiração do paciente em procedimentos que a função não possa ser realizada de forma espontânea.
Por exemplo, cirurgias que exijam anestesia geral, ou quadros que envolvam crise respiratória aguda.
Durante a pandemia de COVID-19, o procedimento se tornou vital para contornar os problemas causados pelas infecções originadas pelo SARS-CoV-2.
Essas infecções afetam, principalmente, as funções respiratórias e cardiovasculares. Isso ocorre, geralmente, em pacientes portadores do vírus, com histórico de pneumopatias e/ou tabagismo.
Hoje vamos falar sobre os benefícios do procedimento, cuidados necessários para o tratamento e os passos que devem ser seguidos durante a intubação.
Então, se existem dúvidas sobre o assunto, continue a leitura e saiba tudo sobre o tema!
O que é intubação traqueal?
A intubação traqueal, como já dito, é um procedimento médico comum em UTI. E apesar de não ser novidade nos hospitais, seu uso se tornou muito popular durante a pandemia de COVID-19.
O processo é feito através da introdução de uma cânula pela boca do paciente. Dessa forma, facilitando o acesso à traqueia para chegada do oxigênio ao trato respiratório inferior.
Durante a realização da intubação, é necessário a utilização de equipamentos que facilitem o acesso à traqueia do paciente. Por isso, é comum vermos a introdução de um laringoscópio junto a tubo traqueal.
Os resultados do procedimento dependem da anatomia do paciente, ou seja, da facilidade de acesso à traqueia.
Além disso, a disponibilização de equipamentos, exerce muito impacto sobre os resultados positivos da intubação.
Por isso, notamos mais sucesso nos procedimentos realizados em UTIs, que dispõem de equipe especializada e equipamentos direcionados ao tratamento, do que em emergências externas.
A intubação traqueal, pode ser utilizada em processos de ventilação manual, com auxílio do reanimador manual, ou por meio de processos mecânicos, com ajuda do ventilador pulmonar.
Os dois casos têm a mesma finalidade, porém, são utilizados em situações diferentes, em que tudo depende do tempo de internação e gravidade do caso.
Em casos emergenciais, é comum observar o uso de equipamentos manuais para aliviar o desconforto do paciente, até que seja emitido o diagnóstico.
Já os casos mais graves, exigem o uso imediato do ventilador mecânico, como por exemplo, em pacientes portadores da COVID-19.
SRI – Sequência Rápida de Intubação
Trata-se da aplicação mais comum da intubação traqueal em casos de urgência e, apesar do nome, deve ser administrado com cautela e sem pressa.
Isso porque, faz uso de um agente indutor e um agente bloqueador neuromuscular, para que, assim, seja feita de forma mais tranquila o processo de intubação.
O fato de utilizar analgésicos para indução e esses bloqueadores em dose paralisante, facilita o procedimento. Já que, evita vômitos, broncoaspiração e dessaturação.
Preparação para a SRI
Como já explicamos, o procedimento exige muita cautela. Por isso, existe uma ordem para que seja realizado de forma segura e eficaz.
Essa ordem, consiste na realização do processo em 7 passos, que podem definir o sucesso do procedimento. Entre esses passos, estão:
- Preparação;
- Pré-oxigenação;
- Pré-tratamento;
- Paralisia;
- Postura;
- Posicionamento da cânula;
- Pós-intubação.
Dessa forma, com a regra conhecida como os 7 Ps da intubação traqueal, é possível estabelecer um cenário de sucesso para o tratamento.
Além disso, normalmente, o procedimento é realizado por dois profissionais, em que um é responsável por realizar o suporte da coluna e cabeça e o outro faz a introdução da cânula traqueal.
Durante o processo, a equipe especializada e responsável pelo procedimento, deve se atentar ao histórico do paciente, a preparação dos equipamentos, necessidade de medicação sedativa, entre outros fatores.
Além disso, uma das partes mais importantes e que requerem mais atenção da equipe médica, é o período pós-intubação.
Por isso, avaliações e monitoramento constante, são extremamente necessários para garantir a eficácia do processo.
Precauções para intubação traqueal
Por se tratar de um procedimento delicado, existem muitos cuidados a serem tomados para a realização da intubação traqueal.
A equipe médica deve se atentar às próteses que o paciente faz uso, e garantir que não interfiram no atendimento de suas necessidades.
Dessa forma, quando constatada a presença de próteses, a remoção do objeto é indicada, para que, assim, sejam evitados riscos.
Outra forma de evitar riscos durante a intubação traqueal, é a atenção às acomodações do paciente, a melhor forma de garantir que isso não interfira no procedimento, é certificar que ele esteja em decúbito dorsal.
Ou seja, seu corpo deve ser posicionado em 180°. Dessa forma, garantindo, que ele esteja reto para a introdução da cânula traqueal.
Os equipamentos utilizados no processo de intubação, são extremamente importantes.
Por isso, a utilização de um duto que seja compatível com as características anatômicas do paciente, é essencial para que seja garantida sua segurança e máximo conforto.
Outro fator que deve ser observado durante o procedimento, é a utilização de filtros respiratórios adequados às necessidades do paciente.
Assim, evitando a transmissão de patógenos e a circulação de partículas no fluxo de ar até o trato respiratório inferior do paciente, o que pode causar mais complicações.
A intubação traqueal em casos de COVID-19
Em casos de falência respiratória, resultado de infecções pulmonares causadas pelo SARS-CoV-2, a intubação traqueal é o único meio de contornar os sintomas de alto risco ao paciente.
Por isso, como já dissemos, a utilização do procedimento se tornou comum nas UTIs, durante a pandemia de COVID-19.
Principalmente, em pacientes que se enquadram nos parâmetros de risco definidos pela OMS. Ou seja, com histórico de tabagismo ou pneumopatias e idade avançada.
Além disso, outro fator que contribui para a popularização do procedimento invasivo, é que a forma não invasiva, não é recomendada para casos do novo Corona vírus.
Quais os protocolos de intubação para casos de COVID-19?
A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) elaborou “Orientações sobre o manuseio do paciente com pneumonia e insuficiência respiratória devido a infecção pelo coronavírus (SARS-CoV-2)“.
O material determina as melhores práticas para o atendimento de pacientes com sintomas graves devido ao Corona vírus, e que necessitem da intubação traqueal.
Dessa forma, alertando para as necessidades, riscos e precauções que devem ser observadas durante o procedimento.
Além disso, estabelece parâmetros para a realização do processo de ventilação mecânica e as formas de garantir a segurança do paciente e a eficiência do processo.
Gostou do tema e quer saber mais sobre os procedimentos de recuperação do funcionamento pulmonar nos diversos casos de insuficiência respiratória?
Acesse nosso blog e tenha acesso a diversos artigos que explicam quais as melhores práticas para garantir a eficácia do procedimento e a segurança do paciente.
https://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/Protocolo_de_Intubacao_Orotraqueal.pdf
https://www.scielo.br/j/jped/a/bMHHD5rBmMWfX8VJjyvjhdb/?lang=pt