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A traqueostomia infantil foi uma das principais revoluções no suporte neonatal, principalmente ao longo do século XIX e XX.

Isso porque, antes da fabricação das vacinas que combatiam os principais vírus e bactérias causadores de obstrução da traqueia, o procedimento era a principal forma de reverter quadros graves.

Dessa forma, garantindo um aumento na taxa de sobrevida em bebês. Depois de constatada sua eficácia, o procedimento foi aprimorado e é um dos principais no combate a crises respiratórias agudas.

Por isso, hoje vamos falar sobre como esse processo se desenvolveu e quais as peculiaridades quando realizado em crianças.

Se gostou do tema, continue a leitura e tire todas as suas dúvidas!

Traqueostomia

Antes de tudo, precisamos entender como funciona essa técnica, para assim, ser possível identificar as principais diferenças entre o procedimento realizado em adultos e a traqueostomia infantil.

A traqueostomia se trata de uma incisão cirúrgica na parede da traqueia para permitir a passagem de ar, dessa forma, normalizando a respiração, em caso de obstrução das vias aéreas.

O processo é indicado para pacientes em intubação prolongada, traumas complexos na região, cirurgias que apresentam risco de sangramento ou edemas, entre outros.

Pode ser temporária ou definitiva, dependendo do caso e do diagnóstico do médico responsável.

Os casos definitivos são comuns para situações irreversíveis e que não há possibilidade de realizar o tratamento da lesão, ou traumas que gerem alteração anatômica no paciente.

Além disso, podem ser classificadas como eletivas ou urgentes.

A traqueostomia de urgência é necessária em casos de obstrução aguda na passagem de ar, geralmente causadas por tumores com crescimento progressivo e traumas.

Os procedimentos de urgência, são indicados em situações que exigem uma reversão rápida do quadro clínico do paciente.

Já nos processos eletivos, a traqueostomia infantil é utilizada para proporcionar conforto ao paciente, quando a respiração já está normalizada, mas, há a necessidade de intervenção.

Outras formas de diferenciar o procedimento, é através da sua finalidade, podendo ser classificadas da seguinte forma:

Traqueostomia de proteção

Alguns procedimento realizados em diversos tratamentos, como os endoscópicos, podem oferecer risco de obstrução das vias aéreas.

Dessa forma, se faz necessário meios para conter riscos como esse. Por isso, a utilização da traqueostomia é comum para esse tipo de prevenção.

Realizando a proteção do paciente, dos riscos presentes no tratamento realizado.

Traqueostomia imperativa

Comum para a manutenção das vias aéreas, em casos de estreitamento, tumores que contribuem para a obstruções, infecções e acumulo de líquidos no local.

Traqueostomia paliativa

A finalidade da traqueostomia paliativa é fornecer conforto ao paciente. Dessa forma, permite a remoção dos tubos utilizados para a respiração mecânica.

Geralmente, utilizada em pacientes em fase terminal, ou seja, situações irreversíveis, permitindo uma invasão menor no restante do tratamento.

Além disso, esse procedimento visa minimizar os riscos de pneumonia, associada à ventilação mecânica.

A história da traqueostomia infantil

Sua primeira aparição, remete à Roma Antiga, mais especificamente, no século II antes de Cristo, realizada por Asclepíades.

Depois disso, seu estudo foi aprofundado e, somente no século II depois de Cristo, foram estabelecidos padrões para a sua realização.

O primeiro procedimento realizado em pacientes em idade pediátrica, foi relatado em 1620 por Nicholas Habicot, que realizou a cirurgia em quatro pacientes, um deles com 14 anos.

Depois disso, em 1766, Carron relata a remoção de um corpo estranho por meio de uma traqueostomia de emergência em uma criança de 7 anos.

Nos próximos anos, foram descritos alguns procedimentos realizados em casos pequenos, porém sem inovações.

Mas, somente em 1833, Trousseau relatou ter salvo, por meio da técnica de traqueostomia, cerca de 50 crianças que sofriam de difteria.

Foi então que, pela primeira vez, se estabeleceu cuidados pós-operatório para o procedimento de traqueostomia.

Apesar de, ainda apresentar taxas de mortalidade elevada, a técnica se tornou popular no tratamento de difterias.

Já em 1921, Jackson contribui para a evolução do procedimento, reduzindo a taxa de mortalidade pós-operatória.

De acordo com ele, para garantir a eficiência do processo cirúrgico, é preciso realizá-lo de forma adequada e se atentar aos cuidados posteriores ao procedimento.

Inicialmente, a traqueostomia era vista como um último recurso e, somente após o século XX seu uso foi difundido como tratamento para melhora de cuidados respiratórios.

Finalidade da traqueostomia infantil

A utilização da técnica não possui muitas diferenças quando falamos de crianças. Claro que os cuidados, geralmente são redobrados.

As finalidades podem ser as mesmas da traqueostomia realizada em adultos, porém, um fator contribui para que a técnica seja mais comum em crianças menores de 1 ano.

O aumento da taxa de sobrevivência de prematuros, está amplamente ligado ao desenvolvimento da técnica.

Outro quadro clínico que utiliza muito a traqueostomia em crianças, é a necessidade de ventilação prolongada, novamente, comum em crianças que nasceram prematuramente.

Esse aumento de sobrevida de crianças prematuras, consequência da utilização do procedimento, contribuiu para que sua utilização fosse determinada precocemente.

Dessa forma, tornando-se um dos procedimentos cirúrgicos mais comuns para tratamento de crises respiratórias agudas em crianças.

Apesar disso, por apresentar estrutura anatômica ainda em desenvolvimento, o uso emergencial da traqueostomia infantil não é muito defendido.

Isso porque, os riscos de sangramento e rompimento das vias aéreas são muito grandes.

Por isso, na maioria dos casos emergenciais opta-se pela utilização da bolsa-máscara anestésica, para que não haja necessidade de intubação traqueal.

Porém, a utilização da bolsa-máscara só é efetiva em curto período de tempo.

Equipamentos necessários para a traqueostomia infantil

Assim como, a importância do seu desenvolvimento e dos cuidados pós-operatórios, os equipamentos são outra parte importante na realização da traqueostomia infantil.

Apesar de serem equipamentos parecidos, apresentam diferença, principalmente, em seu tamanho e espessura.

Mas, se resumem aos seguintes itens:

  • Cânula: trata-se de um tubo de plástico ou metal, introduzido na incisão para que o corte não se feche, dessa forma, mantendo a passagem de ar;
  • Filtro HME Traqueo: ideal para garantir a segurança e conforto do paciente traqueostomizado em respiração espontânea, garantindo troca de calor e umidade, é ideal para pacientes que passam pelo tratamento por um tempo prolongado.

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https://pebmed.com.br/traqueostomia-em-criancas-quais-as-indicacoes-e-complicacoes/

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